
Como foi feita a formação do Cânon Bíblico, é o que veremos neste post.
Introdução: O Que é o Cânon Bíblico?
Cânon bíblico é a coleção de livros considerados sagrados e inspirados por Deus dentro de uma determinada religião. No cristianismo, a Bíblia é dividida em Antigo e Novo Testamento. Mas como essa seleção de livros foi feita? Qual o critério para incluir ou excluir um livro? A formação do cânon bíblico é um tema fascinante que envolve história, teologia e questões de autoridade.
O Antigo Testamento: Raízes Históricas
O Antigo Testamento, a parte da Bíblia que narra a história de Israel e suas relações com Deus, já estava razoavelmente estabelecido na época de Jesus. Os judeus possuíam suas Escrituras tanto em hebraico, a língua original, quanto em grego, numa tradução conhecida como Septuaginta, realizada no terceiro século a.C. Essa tradução em grego foi crucial para a disseminação do judaísmo e, posteriormente, do cristianismo, no mundo helenístico.
A Formação do Novo Testamento: Um Processo Gradual
A formação do Novo Testamento foi um processo mais longo e complexo. A Igreja primitiva utilizava diversos escritos para fortalecer a fé e transmitir os ensinamentos de Jesus. No entanto, com o passar do tempo, tornou-se necessário estabelecer um cânon oficial para garantir a unidade da fé e evitar a disseminação de escritos apócrifos ou heréticos.
Critérios para a Inclusão no Cânon
Vários fatores influenciaram a inclusão de um livro no cânon do Novo Testamento:
- Autoria apostólica: A maioria dos livros do Novo Testamento era atribuída a um apóstolo ou a um de seus companheiros de viagem. Essa conexão com os apóstolos conferia autoridade aos escritos.
- Uso litúrgico: Os livros que eram utilizados nas celebrações litúrgicas das primeiras comunidades cristãs tinham mais chances de serem considerados canônicos.
- Ortodoxia: Os escritos que estavam em conformidade com os ensinamentos fundamentais do cristianismo eram mais facilmente aceitos.
- Antiguidade: Os escritos mais antigos, que datavam dos primeiros séculos do cristianismo, eram considerados mais autênticos.
O Concílio de Trento e a Definição Oficial do Cânon
Apesar de o consenso sobre os livros do Novo Testamento ter sido amplamente alcançado nos primeiros séculos do cristianismo, foi somente no Concílio de Trento, no século XVI, que a Igreja Católica Romana definiu oficialmente o cânon bíblico. Essa definição foi uma resposta às reformas protestantes, que questionavam a autoridade da Igreja e a autenticidade de alguns livros bíblicos.
Conclusão: Um Legado Duradouro
A formação do cânon bíblico é um processo rico em história e teologia. A seleção dos livros que compõem a Bíblia não foi arbitrária, mas fruto de um longo processo de discernimento e consenso dentro da comunidade cristã. O cânon bíblico, assim como foi transmitido ao longo dos séculos, continua sendo uma fonte de fé, esperança e inspiração para milhões de pessoas em todo o mundo.